Ferreiro e Teberosky (1999) apontam que a
escrita é uma forma de representar aquilo que é
funcionalmente significativo, estabelecendo um
sistema de regras próprias. Para se aprender a
escrever, o indivíduo necessita conhecer o sistema
de regras da escrita, o que acontece de forma
gradual, mas exige uma reflexão a respeito das
características gerais da escrita. Através dos
resultados obtidos por meio da pesquisa realizada
pelas autoras foram definidos cinco níveis de
desenvolvimento da escrita, que se estabelecem, a
partir do momento em que o indivíduo compreende
a função da escrita, ou seja, seus devidos usos.
Observando as conceituações de três das cinco
etapas da escrita admitidas por Ferreiro e
Teberosky, temos, respectivamente, os níveis:
I. É uma escrita onde a criança começa a escrever,
alfabeticamente, algumas sílabas e para outras
permanece silábico. Percebe, primeiramente, que
a sílaba tem duas letras e, posteriormente, que
existem sílabas com mais de duas letras; tem
dificuldades em separar palavras quando escreve
frase ou texto.
II. Percebe a função social da escrita (diferenciando-a
de desenhos), usa critério quantitativo. São
necessárias muitas letras para escrever o nome
de um objeto grande, e poucas letras para
escrever o nome de um objeto ou coisa
pequena, critério qualitativo (não se podem
repetir letras).
III. Consciência de que existe relação entre fala e
escrita, entre aspectos gráficos e sonoros das
palavras. Presença de valor sonoro a letras e
sinais para representar as palavras: para cada
sílaba pronunciada o indivíduo escreve uma letra
(uma letra para cada sílaba), ou para cada
palavra numa frase dita. A criança utiliza os
critérios quantitativo e qualitativo.