Francisco, 36 anos, morador da periferia, casado,
trabalha em uma loja de material de construção como
vendedor há oito anos. Estava andando de ônibus
quando começou a sentir-se mal, com aperto no peito,
coração disparado, pressão 140 por 90 mmHg e
sensação de que “ia ter um treco”. Procurou o pronto-atendimento
hospitalar, onde foi realizado o
eletrocardiograma (ECG) com dosagem enzimática
para diagnóstico de infarte agudo do miocárdio (IAM),
não apresentando nenhuma alteração nos exames.
Orientado a procurar um atendimento ambulatorial, foi
a um cardiologista, que solicitou uma prova de
esforço. O exame não acusou alteração, e Francisco
foi medicado com bromazepam pelo cardiologista.
Apesar de a Unidade Básica de Saúde (UBS) ficar
perto de sua casa, ele e sua esposa nunca a
utilizaram. Uma semana após ter ido ao cardiologista,
Francisco apresentou nova crise com as mesmas
características, sendo levado novamente ao serviço
de pronto-atendimento hospitalar. Dessa vez, o
profissional de saúde que realizou o acolhimento
resolveu solicitar a presença do profissional da
psicologia na sala onde Francisco estava sendo
atendido, utilizando-se de uma ferramenta
interdisciplinar de intervenção em saúde, conhecida
como