Q58684 - UECE-CEV Analista - Letras 2018
Assinale a opção em que o nome apresenta formação do plural igual a de “cidadão” (linha 09).
Confira abaixo as principais questões de concursos sobre Substantivos que cairam em provas de concursos públicos anteriores:
Assinale a opção em que o nome apresenta formação do plural igual a de “cidadão” (linha 09).
Filmes em celuloide, discos de vinil – que época de ouro, que saudade! Tudo bem sujo, bem riscado, fazendo um barulho infernal.
Quanto menos desse para enxergar, quanto pior o som, mais gostoso. Mundo bom era o mundo pré-digital. De tecnologias “quentes”, sem a frieza dos zeros e uns, do código binário que hoje controla nossas vidas.
Esquecendo um pouco as artes, havia também a vida antes dos antibióticos, essas substâncias agressivas que causam tanto dano.
Aquela sim era uma era maravilhosa. Morria-se de doenças incuráveis, e, graças a isso, a evolução cumpria seu curso natural. E as vacinas, então? Só vieram para prejudicar – dizem até que provocam autismo.
Ressonância magnética? Um método do mal. Perturba as propriedades físicas do núcleo atômico, e a natureza é algo sagrado, em que nunca se deve intervir.
Cirurgias cada vez menos invasivas, conhecimentos de genética que se aprofundam... Que tempos terríveis esses em que vivemos.
Sempre é bom avisar: os parágrafos acima __________ .
Esse passadismo idealizado é conversa para hipster* dormir.
(Álvaro Pereira Júnior, Folha de S.Paulo, 18.07.2015)
*Hipster (ingl.): designação de pessoa ou grupo de pessoas que adota estilo próprio, inventando modas e tendências alternativas.
A palavra destacada na frase – Um método do mal. – é um substantivo, classe de palavra que pode designar noções, ações, estados e qualidades tomados como seres. Assinale a alternativa em que a palavra “mal” também é um substantivo.
Assinale a alternativa em que o termo grifado é uma palavra substantivada
Assinale a opção em que o adjetivo sublinhado indica uma qualidade ou um defeito do substantivo.
Por que mulheres só hoje conquistam o direito de dirigir na Arábia Saudita?
A partir de hoje, mulheres terão o direito de dirigir na Arábia Saudita, o único país no mundo que ainda possuía esta restrição. Com uma proposta de modernização do país, o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud anunciou mudanças significativas no conservador e islâmico reino saudita, entre elas, a instalação do primeiro cinema do país, a permissão para mulheres frequentarem estádios de futebol e, a principal delas, a concessão de licença de direção às sauditas. Apesar da ampla aprovação à medida, o principal questionamento em relação a ela é: afinal, por que a mudança agora?
A Arábia Saudita é um dos países que mais restringem a liberdade feminina – mesmo quando comparado a seus vizinhos do Oriente Médio. Embora não haja no Alcorão um texto que proíba as mulheres de dirigirem, a ausência de citação ao tema é interpretada como um sinal de que aquilo não deve ser permitido. Segundo as leis do país, os direitos das mulheres sauditas são largamente dependentes do consentimento de parentes próximos masculinos. A “segregação de gênero” é aplicada no país segundo a interpretação saudita da Sharia e, como consequência, as mulheres só podem frequentar certos espaços públicos mistos quando acompanhadas por um homem da família – normalmente pai, irmão, marido ou filho. Vestimentas que cubram a maior parte do corpo também são obrigatórias tanto para homens quanto mulheres. Para elas, a vestimenta mais comum em público é a abaya, que deixa à mostra apenas os olhos e as mãos.
Embora o veto que existia até hoje para que mulheres pudessem dirigir não estivesse escrito em qualquer lei do reino, as normas sociais envolvendo as limitações públicas impostas a elas serviam de empecilho para a concessão de carteiras de motoristas a elas. Entre as justificativas mais comuns para a denegação do direito estavam o fato de que dirigir exige que o rosto esteja descoberto, que a mulher acabaria podendo sair mais vezes de casa, que elas poderiam entrar em contato com homens desconhecidos em caso de acidentes de trânsito, além da própria erosão da lógica da segregação de gênero. Mulheres pegas dirigindo geralmente eram levadas para interrogatório e assinavam um documento se comprometendo a nunca mais dirigir. Porém, em 2011, uma mulher de Jeddah que foi flagrada dirigindo foi condenada a receber dez chibatadas.
Desde os anos 1990, movimentos sociais buscavam o direito de mulheres dirigirem no país. Naquela década, um protesto com mais de 40 mulheres que dirigiram pelas vias públicas de Riad (a capital da Arábia Saudita) terminou com essas mulheres presas e com seus passaportes confiscados, muitas delas também perderam o emprego em decorrência do ato. Já em 2008, as mulheres realizaram uma petição e entregaram ao rei Abdullah pedindo o direito de conduzirem veículos, sem sucesso. No mesmo ano, no Dia Internacional da Mulher, a ativista pelo direito das mulheres sauditas, Wajeha al-Huwaider, gravou um vídeo dirigindo por uma estrada rural – onde mulheres podem dirigir exclusivamente para fins de subsistência, assim como no deserto – no qual clamava pelo direito universal feminino de condução de veículos em todo o reino. Wajeha juntamente com Manal al-Sharif se tornaram símbolo da causa. Por diversas vezes esses movimentos ativistas foram suprimidos pelo governo, que ameaçava não só as mulheres que participavam dos protestos, mas todos aqueles que as apoiavam. A mudança era, portanto, inesperada e causou surpresa ao ser anunciada.
A Arábia Saudita possui forte dependência econômica do petróleo. A baixa nos preços do commodity tem obrigado o país a buscar outras formas de sustento. Por conta disso, o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, apresentou o Saudi Vision 2030, um projeto de modernização do reino que visa obter renda através do entretenimento, do turismo e da inserção internacional – nos moldes da modernização realizada pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar nas últimas décadas. “Nossa nação possui fortes capacidades de investimento, que aproveitaremos para estimular nossa economia e diversificar nossas receitas”, diz o texto do projeto. “Nosso país é rico em seus recursos naturais. Não dependemos apenas do petróleo para nossas necessidades energéticas”. Essa proposta de modernização com objetivo de inserção internacional foi a força motriz que levou à permissão de conduzir para as mulheres do reino árabe, segundo explica a mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Claudia Santos. “O príncipe respalda sua decisão em um aspecto econômico. Ao deixar as mulheres dirigirem ele não menciona os esforços das mulheres que lutaram tantos anos por isso, apesar do movimento na Arábia Saudita ser relativamente antigo. Ele pensa nos ganhos econômicos que isso trará, principalmente com mulheres trabalhando com isso. Além de também ser uma pressão internacional”.
A pressão internacional pela melhora na questão de igualdade de gênero no país teve início nos movimentos de ativistas. O envio de petições ao rei e os protestos com mulheres dirigindo chamou a atenção da comunidade internacional para diversas práticas sauditas que violam as convenções de direitos humanos. De acordo com a ativista de direitos das mulheres na Arábia Saudita, Hala Al Dosari, tanto a atenção atraída por esses movimentos quanto o projeto de modernização e busca por investimento externo do príncipe contribuíram para a mudança mais emblemática na Arábia Saudita até o momento. A flexibilização dos direitos femininos é uma necessidade se o país realmente quiser se lançar na esfera internacional, segundo Hala.
“O reino quer mostrar que ele é o agente e líder da mudança. Ele não quer que ninguém critique ou desafie seu dever, então ele controla essa mudança”, explica. Hala conta que existe um esforço para tentar silenciar todos aqueles que exigem mudanças na sociedade, incluindo as ativistas, enquanto o governo conduz a modernização. “Há uma mensagem à comunidade saudita de que o ativismo não funciona. Então, a lógica é de que se a mudança tem que acontecer, ela virá apenas do [Governo do] reino”. Hala enfatiza que apesar do fim da proibição estar ocorrendo, há poucos dias 17 mulheres sauditas foram presas sob a acusação de traição e tentativa de desestabilização do reino. O motivo real: protestos pela igualdade de direitos. Entre as detidas estão manifestantes conhecidas e que participaram dos movimentos de rebeldia ao dirigirem nas ruas da Arábia Saudita.
Ainda que a permissão de condução seja uma grande conquista, a quantidade de proibições sobre as mulheres continua enorme. Outra grande luta local é pelo fim da obrigação do chamado “guardião”. Segundo a lei, toda mulher necessita de um guardião do sexo masculino que seja um parente próximo e que lhe conceda autorização expressa para praticamente todo ato.
MARINS, Carolina. Disponível em: . 2018. Acesso em: 23 jul. 2018. (Adaptado)
A palavra que foge a qualquer regra de formação do plural de “guardião” é:
TEXTO III
VOZES – MULHERES
EVARISTO, Conceição. In: Cadernos Negros. Disponível em: htttp//www.historia.uff.br/nec/textos/dosss1-4pdf. Acesso em 2 nov. 2004.
O título do poema de Conceição Evaristo – “Vozes – mulheres” – se sustenta por um jogo linguístico organizado em torno do verbo “ecoar”. Os substantivos que se relacionam nesse jogo são:
Texto 1
A Política de Tolerância Zero
Suas vozes frágeis e seus corpos miúdos sugerem que elas não têm mais de 7 anos, mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para sobreviver. O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus pais e mães pela “política de tolerância zero” do governo americano tem comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald Trump. Os relatos são de solidão e desespero para essas famílias divididas, que, não raro, mal podem se comunicar com o mundo exterior e não conseguem informações sobre o paradeiro de seus parentes após terem cruzado a fronteira do México para os EUA em busca de uma vida menos difícil. Em vez de encontrarem a realização de seu “sonho americano”, elas vêm sendo recebidas por essa prática de hostilidade reforçada na zona fronteiriça, que já separou mais de 2300 crianças de seus pais desde abril.
Época, nº 1043. Adaptado.
Texto 2
“Isso é inacreditável. Autoridades do governo Trump estão enviando bebês e crianças pequenas... desculpem... há pelo menos três...”. Foi o que conseguiu dizer Rachel Maddow, âncora da MSNBC, antes de se render às lágrimas ao tentar noticiar esse drama infantil latino-americano, num vídeo que já viralizou”.
Época, nº 1043, p. 11.
As opções a seguir mostram um verbo empregado nos textos 1 ou 2, acompanhado de um substantivo correspondente. Assinale a opção em que essa correspondência está errada.
TEXTO 1
OPORTUNISMO À DIREITA E À ESQUERDA
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionando, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades desenvolvam planos de contingência.
O Globo, 31/05/2018.
Em muitos casos, os infinitivos podem ser substituídos por substantivos cognatos. Assinale a opção que apresenta, em função do contexto, a substituição inadequada.
Internet: <sites.google.com>.
Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem, como
Derivada do latim, língua portuguesa
é a sétima mais falada no mundo
O português é a língua oficial de nove países e tem mais de 260 milhões de falantes. De acordo com o instituto americano SIL International, há mais de 7000 idiomas no mundo, e o português é o sétimo mais falado.
Parte do grupo das línguas românicas, que inclui o espanhol e o italiano, entre outras, o português é derivado do latim – idioma que teve origem na Itália, na pequena região do Lácio, onde está Roma.
O latim disseminou-se na Europa juntamente com a expansão do domínio do Império Romano.
Foi com as tropas romanas que o latim chegou à face sul do continente europeu (onde hoje estão os territórios de Portugal e Espanha), entre os séculos 3° e 2° a.C.
Devido a ocupações anteriores, a Península Ibérica já tinha a presença de outros povos (e suas línguas, por consequência), como os celtas. Ao longo do tempo, o latim falado foi incorporando elementos linguísticos dessas e de outras populações.
Quando o Império Romano ruiu, no século 5° d.C., a Península Ibérica já estava totalmente latinizada, e o idioma manteve-se em uso por seus habitantes.
No século 15, com a expansão marítima de Portugal, a língua foi espalhada por suas colônias. O uso de outros idiomas ou dialetos locais era, muitas vezes, proibido.
Hoje há muito mais falantes de português fora de Portugal, que tem apenas 10 milhões de habitantes.
(https://www1.folha.uol.com.br. Adaptado)
O substantivo funciona como núcleo do sintagma em que ocorre. Esse sintagma pode ser nominal e, quando não preposicionado, desempenhar a função de sujeito, entre outras.
(Maria Helena de Moura Neves, Gramática de usos do português. Adaptado)
No trecho do 4° parágrafo – Foi com as tropas romanas que o latim chegou à face sul do continente europeu… –, o termo que exemplifica a definição, sendo um substantivo como núcleo do sujeito da oração, é