Atente para o seguinte parágrafo:
“Tolhido pelas montanhas no litoral, obrigado a
enfrentar a floresta insidiosa, onde os perigos estão
constantemente à espreita, assim na terra como na
água, assim na água como no ar, tendo de
acomodar-se a um clima para o qual o branco nunca
fez qualquer aprendizado, seria praticamente
impossível ao português conquistar o trópico à
maneira como o anglo-saxão tem conquistado as
zonas temperadas da terra. Haveria, isto sim, de
desenvolver faculdades e qualidades adequadas ao
novo meio e entre estas a suscetibilidade e a
delicadeza. Enquanto o anglo-saxão encontrou no
Novo Mundo uma natureza de certa forma
semelhante à europeia e problemas que lhe eram
desde muito conhecidos e que desde muito
aprendera a enfrentar, o português, no Brasil,
defronta um mundo completamente estranho com
muito poucas semelhanças com o seu habitat
original. O frio para ele não seria novidade, mas calor
tropical com alto teor de umidade lhe era
desconhecido. O tipo de florestas virgens da América
do Norte não seria para o europeu absolutamente
novo em sua experiência. Agora a floresta tropical do
Brasil, o jângal que avança até a beira dos rios como
verdadeira muralha de verdura, por certo que não
havia de inspirar-lhe ardores panteísticos, de posse
imediata. Pelo contrário, o seu sentimento dominante
seria o terror, o terror cósmico que subsiste no
brasileiro ainda em nossos dias.”
Fonte: MOOG, V. Bandeirantes e pioneiros: paralelo entre
duas culturas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
No que concerne ao parágrafo acima, considere as
seguintes afirmações:
I. Os dois primeiros períodos constituem a
introdução do parágrafo.
II. As palavras ou expressões: o português, o
anglo-saxão; conquistar o trópico, tem
conquistado as zonas temperadas;
impossível conquistar, à maneira como tem
conquistado, mostram que o parágrafo se
desenvolverá por contraste.
III. Os pontos de diferença entre os dois
elementos apresentados no parágrafo são: a
familiaridade do português e a não
familiaridade do anglo-saxão.
IV. São expressões indicadoras de contraste
usadas no parágrafo: enquanto, mas, agora,
pelo contrário.
É correto o que se afirma somente em